quarta-feira, 25 de março de 2009

Desemprego bate record, mais ainda é a menor desde 98.


O desemprego em seis das principais regiões metropolitanas do país --Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo-- ficou em 13,9% em fevereiro, contra 13,1% em janeiro, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta quarta-feira.

Apesar de esperado, o crescimento foi o mais intenso para o período de toda a série, iniciada em 1998. Em relação à taxa de desemprego, porém, trata-se da mais baixa para um mês de fevereiro. No ano passado, no mesmo período, a taxa era de 14,5%.

No mês passado, o contingente de desempregados nas seis regiões foi estimado em 2,756 milhões de pessoas, 136 mil a mais do que no mês anterior --resultado da eliminação de 229 mil postos e a saída de 94 mil trabalhadores do mercado.

"Esse movimento é usual. O que nos assusta um pouco é a intensidade do crescimento do desemprego, só comparável ao período crítico da crise no início dos anos 90", disse Alexandre Loloian, coordenador de análises da Seade.

Em fevereiro, o nível de ocupação diminuiu 1,3%, pelo segundo mês seguido, o que também era esperado de janeiro para fevereiro, segundo o Dieese/Seade. O total de ocupados nas seis regiões investigadas foi estimado em 17,107 milhões de pessoas, e a PEA (População Economicamente Ativa), em 19,863 milhões.

O crescimento da taxa de desemprego ocorreu em quase todas as regiões, com exceção de Salvador, onde ficou estável em 19,4%. No Distrito Federal a taxa passou de 15,7% em janeiro para 16,3% em fevereiro; em Belo Horizonte foi de 8,8% para 9,4%; em Porto Alegre, de 10% para 10,4%; em Recife, de 18,3% para 19,1%; e em São Paulo, de 12,5% para 13,5%.

"Além da intensidade da eliminação de ocupação, preocupa a perspectiva de que é não é um efeito estritamente sazonal. A gente não sabe o quanto vai durar. O mercado de trabalho é estratégico para combater a crise, com a manutenção do emprego e renda, e assim tem de ser tratado", afirmou a técnica do Dieese, Patrícia Lino Costa.

Segundo os principais setores de atividade, houve queda em todos os pesquisados. O nível ocupacional recuou nos serviços (eliminação de 88 mil ocupações), na indústria (77 mil), na construção civil (27 mil), comércio (27 mil) e em outros setores (10 mil).

Em janeiro, no conjunto das regiões pesquisadas, o rendimento médio real dos ocupados ficou estável (leve alta de 0,2%) e passou a valer R$ 1.193, enquanto o dos assalariados permaneceu em R$ 1.255.

FONTE FOLHA ON LINE

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